Dmítri Medvedev em coletiva de imprensa na Escola de Administração de Skôlkovo/Foto: RIA Novosti
O presidente russo Dmítri Medvedev participou de uma coletiva de imprensa na última quarta-feira (18), marcando o início da corrida eleitoral ao Kremlin. Apesar das expectativas dos especialistas, ele não anunciou a própria candidatura à eleição para o cargo máximo do país, que acontecerá em março de 2012.
À pergunta sobre sua reeleição, Medvedev brincou dizendo ter esperado que essa fosse ser a primeira questão feita na coletiva – na verdade, foi a quarta. No entanto, em seguida, esquivou-se rapidamente do assunto.
No restante do evento, o presidente da Rússia respondeu de forma bastante direta às perguntas de mais de 800 jornalistas que estavam presentes. As suas considerações iniciais foram as seguintes: “Modernização: obtivemos alguma conquista notável até o momento? Ainda não. Entretanto, esse é o fator mais importante para o nosso país na atualidade”.
Juntamente aos discursos do primeiro-ministro Vladímir Pútin na Duma (Câmara dos Deputados na Rússia), em abril, e em evento do partido Rússia Unida, no início de maio, essa coletiva de imprensa é parte do lançamento de uma campanha apoiada pelo Kremlin para engajar o povo russo na política antes das eleições para a Duma, em dezembro, e para a presidência.
O presidente e o primeiro-ministro estão usando tais aparições para definir claramente suas personalidades distintas, porém complementares – Medvedev, o “modernista”; Pútin, o “tradicionalista” – e chamar a atenção de uma população cada vez mais dividida entre essas duas vertentes.
Essa campanha de imprensa é motivada pelo fato do Kremlin estar enfrentando uma silenciosa crise política. O Rússia Unida, partido do governo, perdeu credibilidade perante os olhos da população e precisará se esforçar para conquistar a maioria dos votos e, assim, vencer a eleição em dezembro. Com o objetivo de revitalizar o prestígio do governo, os dois líderes estão dando destaque a todo o progresso obtido no país nos últimos dez anos.
Como estratégia eleitoral, Pútin também sugeriu a ideia de uma Frente Nacional Russa, que uniria ONGs ligadas ao Kremlin, para dar aos eleitores uma alternativa mais palatável do que o Rússia Unida, apelido por muitos como um partido de ladrões e bandidos.
Considerando-se a maneira como Medvedev montou sua campanha de mídia – nela, ele aparece confortável, seguro e no comando das ações – a principal mensagem de sua coletiva de imprensa parece ser a de que ele e Pútin têm chances cada vez maiores de permanecerem em seus respectivos cargos após o ciclo de eleições que está por vir.
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