Foto: DR
Em um futuro próximo, a Rússia poderá se tornar sede de um dos projetos urbanísticos mais ambiciosos da atualidade: a cidade de Ruian, situada na região de Tomsk, na Sibéria, no planalto próximo ao rio Urtamka. Nas palavras de seu idealizador, o empresário Aleksandr Kravtsov, o local será um ponto de encontro da nata pensante do planeta.
“Pensamos em uma espécie de clube de elite", explica ele. "Mas isso não tem a ver com riqueza ou influência política. A elite a que me refiro é composta por pessoas de todo o mundo – artistas, cientistas, empresários, especialistas – que não gostam do estado atual da civilização humana e querem mudar alguma coisa. Lá, elas poderão encontrar seus semelhantes.”
A cidade está sendo construída pela empresa homônima, fundada em 1995 por Kravtsov para a produção de bens para turismo. Com sete anos de existência, a Ruian conseguiu se transformar em uma marca, Ekspedítsia (expedição, em russo), que romantiza o estilo de vida de quem se interessa por viajar e explorar novas terras.
Hoje, a Ekspedítsia é um holding que inclui a produção de vários tipos de equipamentos turísticos, além de uma cadeia de restaurantes, complexos de banho e até uma revista própria. O maior orgulho de seu proprietário, porém, é a realização de uma corrida de carros em territórios com condições climáticas difíceis.
Ruian está em fase de construção ativa. Sua pedra fundamental foi instalada em novembro. Trouxeram-na da ilha alemã de Rügen, que faz parte do folclore russo por ter sido glorificada em "O Conto do Tsar Saltan", de Aleksandr Púchkin – na visão do escritor, o local era palco de batalhas de forças do bem contra o mal.
O local já recebeu visitas de jovens empresários, mesmo tendo passado por dificuldades na fase de registro dos direitos sobre a terra. "As autoridades locais não conseguiam entender o que queríamos. Acreditavam que havia alguma pegadinha ou que tínhamos a intenção de lavar dinheiro. Outras pessoas achavam que éramos de alguma seita religiosa ou que tínhamos encontrado um depósito de ouro ou de petróleo", comentou Kravtsov.
Mas esses problemas não impedem o empresário de ser otimista sobre o futuro da cidade. Ele está convencido de que, em cinco ou seis anos, Ruian será adequada para a vida em todos os seus aspectos, sendo capaz de receber cerca de duas mil pessoas para residência permanente, mais dez mil visitantes.
"Teremos algo parecido com as termas do balneário italiano de Sirmione, no lago Garda. Lá, eles anunciam com antecedência a chegada de estrelas da medicina mundial. Em Ruian, as pessoas também saberão quais cientistas, artistas e investidores estarão no local. Consequentemente, serão formados grupos de pessoas com os mesmos interesses”, assegura.
"Em Davos, reúnem-se pessoas provenientes de grandes sistemas, mas não conheço ambientes onde se encontram gente de círculos menores. Queremos criá-lo em Ruian", conclui o empresário.
Stefania Zini é italiana, iatista com experiência em Volta ao Mundo e mora na Rússia há 15 anos
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