Prisão perpétua para o assassino de Markelov

Foto:ITAR-TASS

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Nesta sexta-feira, o Tribunal da Cidade de Moscou encerrou o processo do assassinato de Stanislav Markelov, de 34 anos, advogado famoso e diretor do Instituto Verkhovenstvo Prava (Superioridade do Direito), e da jornalista da Novaia Gazeta Anastassia Baburova.

Markelov ficou conhecido por representar os interesses da família de Elza Kungaeva, tchetchena assassinada pelo coronel Iúri Budanov. Também foi ele quem pleiteou a causa de Mikhail Beketov, jornalista da região de Moscou que militava contra a construção da autoestrada de Khimki e foi brutalmente espancado.

O assassinato ocorreu em 19 de janeiro de 2009 no centro de Moscou. Naquele mesmo dia, Anastassia, que acompanhava o advogado, foi gravemente ferida pelo assassino e levada ao hospital. Mais tarde, ela morreu sem ter recobrado os sentidos.

Minutos antes do assassinato, Markelov respondia às perguntas dos jornalistas. Terminada a entrevista coletiva, ele saiu do edifício onde estava, situado a um quilômetro do Kremlin, andou três quarteirões e foi atingido pelo assassino.

Os acusados são os nacionalistas Nikita Tikhonov e sua esposa Evguenia Khasis, que coordenou as ações do marido porque viu o advogado várias vezes e era capaz de identificá-lo. Segundo a versão dos juízes de acusação, ela foi responsável por analisar a situação e avisar Tikhonov se houvesse milícias ao lado da futura vítima. No entanto, o advogado estava acompanhado somente pela funcionária da Novaia Gazeta.

Ao ficar convencida de que a jornalista não podia impedir o assassinato, Evguenia deu um sinal ao assassino, segundo os juízes de acusação. Tikhonov acertou a cabeça de Markelov praticamente à queima-roupa e, depois, deu um tiro de segurança. Anastassia agarrou o criminoso para tentar detê-lo, mas ele conseguiu dar outro disparo, que a atingiu. Ela foi urgentemente hospitalizada, mas os médicos não conseguiram salvar a sua vida. O assassino foi identificado por dois transeuntes: eles o viram correndo com o rosto coberto por um cachecol, que acabou caindo, revelando as suas feições.

Levando em consideração o veredito do júri, que considerou Tikhonov e Evguenia totalmente culpados de todos os crimes levantados pela acusação, o tribunal condenou o casal respectivamente à prisão perpétua e a 18 anos de prisão em regime fechado, para satisfação completa da procuradoria.

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