Foto:ITAR-TASS
Em fevereiro, a Rússia suspendeu uma proibição à exportação de caviar para a Europa que já durava nove anos e era parte de uma campanha para combater a pesca ilegal de esturjão nos mares Cáspio e de Azov. A recente liberação sugere o sucesso de medidas como uma campanha de aquicultura e grande repressão à pesca ilegal.
Os esturjões dos mares Cáspio e de Azov já foram a principal fonte de caviar negro do mercado mundial. Com a queda da União Soviética, contudo, o mercado de caviar foi tomado por caçadores, e os peixes foram praticamente dizimados. Dados da WWF Rússia mostram que em 2010 a população de esturjões se reduziu a 2,5% do que fora no fim dos anos 80.
Em 2002, a Rússia impôs uma proibição geral na exportação de caviar negro e, um ano depois, na comercialização de esturjões.
A pesca de esturjões no Mar Cáspio, mesmo para “fins científicos”, foi declarada ilegal em 2009 e o contrabando de caviar diminuiu consideravelmente, segundo Roman Andreiev, analista da empresa de investimento Alemar. Ainda assim, “As autoridades locais no Rio Amur estabeleceram cotas de pesca para si e para fins supostamente científicos, quando na verdade o intuito é meramente comercial”, afirmou Aleksei Vaisman, representante da WWF Rússia.
O único caviar disponível para comercialização legal hoje é proveniente de peixes criados em cativeiro. A Rússia começou há algum tempo a cultivar os peixes mais cobiçados, mas como um esturjão leva sete anos para se desenvolver, só agora aparecem resultados. Em 2009, a piscicultura russa produziu aproximadamente 2,6 toneladas de caviar negro. Segundo Andreiev, hoje o método produziria de seis a sete toneladas. Nos próximos cinco anos, as fazendas russas de cultivo de peixe esperam aumentar a distribuição de caviar não somente para o mercado interno, mas também para os estrangeiros. No momento, contudo, a quantidade de esturjões produzidos em cativeiro não consegue suprir a demanda.
de dólares anuais é a renda da venda ilícita de caviar negro na Rússia.
toneladas de caviar negro foram produzidos em 2007. Dessas, apenas 15 toneladas foram produzidas oficialmente, todo o resto foi contrabando.
A agência oficial de pesca da Rússia liberou um limite de 150 quilos de caviar negro para a Europa por ano, uma quantia irrisória se comparada às 1,5 mil toneladas que a União Soviética costumava exportar. Segundo Andreiev, em 2007, por exemplo, a Rússia produziu oficialmente cerca de quinze toneladas de caviar negro anuais, mas chegou a vender até 300 toneladas.
O custo de produção de um quilo de caviar negro do Cáspio é de menos de US$50, enquanto em mercados e restaurantes esse valor vai de US$ 1,5 mil a US$ 3 mil dólares, gerarando cerca de US$ 1 bilhão em vendas ilegais.
Nova promessa para exportadores, a criação em cativeiro agora exige da Rússia a assinatura de um documento garantindo as normas europeias de aquicultura. “Sem ele, nenhuma empresa russa poderá fornecer caviar à Europa”, disse Arkádi Novikov, proprietário da Russia Caviar House.
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