Foto: RIA Novosti
A aquisição do Ka-32A11BC é um projeto-piloto da Helipark Táxi Aéreo, que não exclui a possibilidade de aumentar essas encomendas em um futuro próximo. Caso sejam celebrados novos contratos, a empresa e a Russian Helicopters também vão analisar a hipótese de instalar um centro russo-brasileiro no Brasil para manutenção técnica dos aparelhos.
O Ka-32 não é novidade no mercado da América Latina: durante temporadas com alto risco de incêndios, o helicóptero tem sido aproveitado no Chile e México. Há vários anos, estes veículos também estão sendo usados na construção de obras industriais no Brasil e no Peru.
A alta procura por esses aparelhos se deve à sua notável versatilidade: seis helicópteros Ka-32 estão sendo utilizados pela portuguesa Empresa de Meios Aéreos. “As aeronaves são usadas no setor civil, inclusive no combate a incêndios, operações de busca e resgate e evacuação aeromédica”, diz Igor Korotchenko, perito do Centro de Análise de Comércio Mundial de Armas (CACMA).
O Ka-32A11BC é o terceiro helicóptero civil de produção russa que será exportado ao Brasil em 2011. Em novembro passado, os multifuncionais russos Mi-171A1 foram vencedores de uma licitação da Petrobras (produtora nacional de petróleo e gás), obtendo o direito de executar trabalhos na região da Bacia Amazônica. O fornecimento das aeronaves está previsto para este ano: atualmente, está em processo de certificação, a ser finalizada nos próximos meses.
O Ka-32 não foi o único helicóptero civil russo que atraiu o interesse dos brasileiros. Em 2005, a companhia russa MVZ Mil obteve certificação brasileira para os helicópteros Mi-171 (Mi-171A) – nesse processo, os sistemas de combustível e de controle sofreram modificações importantes. O aparelho será fornecido aos ministérios brasileiros de força, mas as entidades civis igualmente se mostraram interessadas em sua aquisição.
A Rússia espera também conseguir promover no mercado civil brasileiro o Mi-172 e os helicópteros leves Ansat. Já a promoção de aparelhos do tipo Mi-8/Mi-17 é mais difícil, uma vez que a companhia brasileira Helibras produz aeronaves similares. No entanto, mesmo que a capacidade produtiva dessa companhia seja aproveitada ao máximo, sempre haverá um nicho para helicópteros do gênero no Brasil, de acordo com Korotchenko.
No mercado brasileiro, a Rússia deposita suas maiores esperanças exatamente no ramo de helicópteros civis voltados para a classe média. Se for implantado o programa de monitoramento da Amazônia, por exemplo, apenas nesse segmento a necessidade do mercado local poderá ser de 20 a 30 aeronaves, aproximadamente.
Vale ressaltar que o fornecimento de aeronaves puramente civis aos mercados do Brasil e da América do Sul é um novo aspecto da política russa de exportações de helicópteros. Anteriormente, a maior parte desses fornecimentos dizia respeito a veículos militares. No segmento de combate, por exemplo, está sendo firmado um contrato de fornecimento de doze Mi-35 ao País, avaliado em 150 milhões de dólares. Há alta probabilidade de que, no futuro, os brasileiros vão adquirir um lote extra de aparelhos.
Nos três acordos realizados com a Venezuela, está acertada a venda de dez Mi-35M. Além disso, a cessão de mais dez helicópteros, modelo Mi-28N Caçador Noturno, está sendo negociada. Já o Peru acertou a compra de dois Mi-35M. Na área de helicópteros de transporte pesados, três aeronaves de asa rotativa Mi-26T2 foram negociadas com a Venezuela.
De acordo com peritos no setor, o segmento mais promissor é o de transporte militar. Além da Argentina, a Rússia já forneceu ou está negociando o fornecimento de helicópteros versáteis a uma série dos países da América do Sul – em particular a Bolívia, que pode adquirir dois helicópteros Mi-17 e até dez helicópteros Mi-17B-5.
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