Fachada da Embaixada do Brasil em Moscou/ Foto: Marina Korobkova_Focuspictures
No início de outubro, foram realizados dois eventos de negociação bilateral Brasil-Rússia: a reunião do conselho empresarial, em São Paulo, e a Comissão Intergovernamental, em Brasília. No dia 6, empresários russos e brasileiros se reuniram na capital econômica brasileira para discussões e rodadas de negociações representando diversos setores corporativos, comerciais, industriais e dos setores de transporte e turismo. Além de representantes de companhias que já atuam nos dois países, empresários interessados em prospectar negócios se encontraram em São Paulo.
“O desenvolvimento das nossas relações culturais é de grande urgência”, destacou o presidente da ala russa do conselho empresarial, Serguei Vassiliev. “Devemos, antes de tudo, incentivar o interesse dos empresários pelas línguas. Muitas dificuldades surgem do desconhecimento do idioma português ou russo e é frequente a necessidade de recorrer à mediação do inglês para compreensão mútua. Promovendo a compreensão entre os nossos povos, teremos sucesso em outras áreas de cooperação”, acredita Vassiliev.
Segundo ele, já estão sendo desenvolvidos planos de investimentos para projetos como uma fábrica de fertilizantes em Mato Grosso do Sul, que deve ser construída e equipada com tecnologia e maquinário russos. Discute-se também a possibilidade de se instalar na Rússia (provavelmente, na cidade de Ulianovsk) uma filial da Embraer para a montagem de jatos EMB-145.
Os participantes do fórum trataram ainda da isenção de vistos entre o Brasil e a Rússia. Além disso, espera-se considerável incremento no fluxo turístico e de negócios entre os dois países com o início de voos diretos Moscou - Rio de Janeiro em 2011.
“O setor de serviços se torna cada vez mais importante na estrutura da economia internacional e do comércio externo”, apontou o presidente da ala brasileira do conselho, Marcus Pratini de Moraes.
Além disso, segundo ele, o comércio deve se fundamentar em novos princípios: “Um avanço qualitativo para a formação de uma aliança tecnológica pode ser alcançado com o aumento da participação da alta tecnologia no intercâmbio comercial. Tal ampliação do espectro de cooperação trará um reflexo positivo para os negócios tradicionais”.
Por enquanto, a exportação de carne brasileira para a Rússia e a importação de fertilizantes russos pelo Brasil formam a base da pauta comercial bilateral, que somou US$ 3 bilhões no primeiro semestre. deste ano
Nos dias 7 e 8 de outubro, Brasília sediou a Comissão Intergovernamental de Cooperação Econômica, Comercial, Política e Tecnológica.
Durante a reunião, foi ressaltada a promoção de projetos nas áreas de alta tecnologia, energia (incluindo a energia nuclear para fins pacíficos) e exploração espacial. Os projetos foram consagrados no Plano de Ação da Parceria Estratégica entre o Brasil e a Rússia.
O chefe da parte brasileira e secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Antonio de Aguiar Patriota, destacou as discussões na área financeira.
Segundo ele, o Banco Central do Brasil e o Banco Central da Federação da Rússia recomendarão, até o fim do ano, a criação das respectivas partes nacionais do Grupo de Trabalho de Cooperação Interbancária e Financeira.
O grupo estudará a possibilidade de se instituir um mecanismo de pagamentos recíprocos em moedas nacionais, sem intermediação do dólar. Futuras consultas sobre esse mecanismo se darão na Subcomissão de Cooperação Interbancária e Financeira.
“A etapa de declarações sobre a importância de cooperação ficou no passado. Passamos a nos orientar por projetos e acordos concretos”, afirmou o presidente da delegação russa no país e vice-ministro das relações exteriores da Rússia, Andrei Denissov.
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