Foto: Reuters/Vostock-Photo
O presidente russo Dmítri Medvedev afirmou no último mês que os diplomatas mais graduados do país devem abandonar os estereótipos e seguir um impulso de modernização crítico para garantir a prosperidade do país.
“O que precisamos, e já lhes falei isso antes, são alianças de modernização especiais com nossos principais parceiros internacionais”
“O que precisamos, e já lhes falei isso antes, são alianças de modernização especiais com nossos principais parceiros internacionais”, ressaltou Medvedev no encontro semestral com os embaixadores da Rússia no Ministério das Relações Exteriores em Moscou.
“E quem são eles? Em primeiro lugar, países como Alemanha, França, Itália, a União Europeia em geral, e os Estados Unidos”, disse.
Usuário inverterado de internet e mídias sociais, o presidente também lembrou seus ouvintes que “qualquer um que tenha acesso à tecnologia moderna pode ficar a par das atuais relações. E o uso de mensagens codificadas não é mais necessário". Em outras palavras, os embaixadores "devem viver e agir de modo online”.
Medvedev pontuou seu longo discurso com diretrizes para que os diplomatas aumentem seu conhecimento em áreas não tradicionais, como biomedicina e aeroespaço, dialoguem com organizações não governamentais e especialistas de outros países e injetem mais oportunidade e rigor na diplomacia.
Além disso, citou sua recente visita ao Vale do Silício, na Califórnia (EUA), como um exemplo do tipo de novas relações que quer estimular nas relações exteriores russas. “O papel das missões russas no exterior não deveria limitar-se a uma corrida trivial em busca do número e do volume de mensagens enviadas para o centro”, disse Medvedev. “Primeiro, é essencial assumir uma abordagem analítica profunda na previsão das tendências do desenvolvimento, tanto nas relações bilaterais quanto nas multilaterais. O que precisamos aqui é de uma nova perspectiva. Foi por isso que afirmei que às vezes temos que encontrar forças para renunciar a estereótipos, ainda que sejam aprendidos no Instituto de Relações Internacionais de Moscou”. Ele mencionou ainda a melhoria recente nas relações com a Polônia como o início de um novo esforço “para superarmos nossa complexa herança histórica comum”. O jornal russo Kommersant descreveu a fala como “revolucionária” e disse que o presidente assumiu um tom bem diferente do discurso equivalente de dois anos atrás. “Nem uma só palavra foi dita sobre a Rússia ter-se tornado mais forte e ser uma potência que deve ser considerada pelo resto do mundo,” escreveu o periódico. “Por outro lado, muito foi dito sobre a necessidade de mudar o país e de mudarmos a nós mesmos.”
A ênfase de Medvedev na modernização e nas alterações na política externa, no entanto, foi recebida com algum ceticismo. “Apesar do fluxo consistente das declarações do sr. Medvedev, não ficou claro o que está por trás das ‘alianças de modernização’ preconizadas pelo presidente”, escreveu Fiódor Lukianov, editor-chefe de A Rússia nas Questões Globais.
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