Temores de viagem à Rússia começam muito antes de embarcar, mas compensam
Ilustração: Aliona Rêpkina1. Obter visto
Alguns turistas ficam tão apreensivos que seus problemas começam antes mesmo de entrar no país. A italiana Alice e seus amigos foram para São Petersburgo a partir de Helsinki via balsa, por isso, não tiveram necessidade de visto para entrada, mas, quando europeus e norte-americanos, por exemplo, querem visitar a Rússia, tirar um visto com antecedência é fundamental.
Já no caso dos brasileiros, a situação é bem mais tranquila, já que, desde junho de 2010, os visitantes do Brasil não necessitam de visto para entrar na Rússia se a viagem não exceder 90 dias.
Ilustração: Aliona Rêpkina
Como evitar problemas: se você pretende ficar na Rússia por um período superior a 90 dias, aplique para o visto por meio de um agente confiável ou uma agência de viagens conhecida.
2. Cruzar a fronteira
Você já não precisa mais se preocupar com o visto, e agora? O que vem depois? Uma das primeiras imagens que vêm à mente é a de oficiais de fronteira e agentes do controle aduaneiro, que costumam ser bastante rígidos na Rússia.
“Eles verificaram nossos documentos com mais afinco, tanto na entrada quanto na saído, do que estava acostumado em qualquer outro lugar”, relembra Viktor, da Eslovênia.
No entanto, embora a documentação tenha sido checada de forma vigorosa, Viktor e seus amigos não tiveram problemas para atravessar a fronteira.
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Como evitar problemas: Verifique as regras de importação com antecedência para evitar problemas com a sua bagagem.
3. (Falta de) hospitalidade
Depois de atravessar a fronteira, é hora então de lidar com os locais, que, em um muitos lugares, têm a má fama de serem inóspitos.
A irlandesa Sarah, porém, diz ter descoberto oposto em Moscou. “Um cara carregou minhas malas para me ajudar a achar um albergue”, conta. Segundo ela, até mesmo aqueles que não falavam inglês foram gentis e voluntariosos.
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Já Giseop, da Coreia do Sul, não sabe de onde exatamente surgiu seu medo, mas admite que guarda a imagem dos russos como sendo “frios, ríspidos e racistas”.
O turista sul-coreano afirmou, no entanto, não ter vivenciado nenhuma experiência de racismo real no país, mas sentiu os russos não estavam dispostos a ajudar estranhos.
Giseop recorda que, ao entrar em uma agência bancária em Moscou, pediu ajuda aos funcionários para usar o caixa eletrônico. “Perguntei se alguém ali falava inglês e a resposta foi contundente: ‘não’”, conta.
“Mas, enquanto eu estava ali tentando me virar com o Google Translate e mostrando que eu não iria embora sem antes obter uma resposta, eles finalmente disseram que havia, sim, uma pessoa que falava inglês”, diz.
Como evitar problemas: Há boas pessoas em toda parte. É provável que você seja ajudado se mantiver a paciência e continuar sorrindo.
4. Segurança
Antes de visitar São Petersburgo pela primeira vez, a italiana Agnese ouviu falar muito sobre o governo russo e sobre o fato de que eles “checariam tudo”.
“Você realmente sente isso depois de chegar. Todo mundo é realmente sério, e você sabe que não pode fazer nada de errado”, diz.
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A experiência de Birgitta, da Estônia, foi menos natural, contudo. Embora ela não tivesse medo, o fato de as portas do carro estarem sempre trancadas quando circulando pelo centro de Moscou, por uma questão de precaução, era um tanto incomum para ela – mas não para quem é brasileiro, portanto, não há com o que se preocupar.
Como evitar problemas: Verifique dicas de segurança com antecedência, converse com conhecidos que moram na Rússia e tente não atrair atenção para si mesmo.
5. Barreira linguística
Por último, mas não menos importante, vem o receio de que ninguém na Rússia fale qualquer língua estrangeira.
Quando Viktor encontrou um hotel, porém, logo descobriu que o recepcionista falava inglês fluente. “Mas aquele cara é, na minha memória, a única pessoa que conhecemos que falava outra língua”, lembra o esloveno.
Na sequência, Viktor e seus amigos decidiram comer no Burger King, pensando que os funcionários de uma grande franquia internacional também falariam inglês. “Quando dissemos ‘hello’, eles foram logo buscar o único funcionário que sabia improvisar algumas palavras em inglês”, lembra.
Ilustração: Aliona Rêpkina
No entanto, o mais chocante, segundo Viktor, era que as pessoas nem sequer tentavam compreendê-lo. “Uma palavra em inglês, e todos começaram a murmurar alguma coisa e a nos evitar como se fôssemos uma peste.”
A estoniana Birgitta também revelou ser praticamente impossível recorrer ao inglês para entender e se comunicar em cidades menores, como Iaroslavl.
“Lembro-me que, nos museus, eu fiquei muito cansada, porque tudo estava em russo", diz. Em Moscou, entretanto, Birgitta achou mais fácil encontrar pessoas para se comunicar em inglês, ainda que apenas “em alguns lugares”.
Como evitar problemas: Baixar aplicativos com frases prontas em russo e aprender a ler o alfabeto cirílico.
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