Fidel (dir) e Brejnev no aeroporto internacional de Cuba
Eduard Pesov/RIA NôvostiMúsica ‘Cuba, My Love’
As letras de “Cuba, My Love” se tornaram frases cotidianas assim que a música foi lançada. O hit foi escrito pelos compositores soviéticos Aleksandra Pakhmutova e Nikolai Dobronravov para a visita de Fidel Castro à cidade de Bratsk, em 1962.
Os ritmos da dança cubana e o fervor revolucionário foram as principais associações que o povo soviético teve com a ilha nos primeiros anos do poder de Castro, e esses temas estavam presentes na famosa canção.
“Cuba, My Love” se tornou tão popular que foi regrada por vários artistas, incluindo Muslim Magomaev e Iossif Kobzon. Este último interpretou a música vestido como Fidel Castro durante as gravações do programa de Ano Novo da Ogonek, em 1962.
Fonte: YouTube/Светлана Тимченко
Retratos de Fidel
Havia dois heróis principais da Revolução Cubana: Fidel Castro e Che Guevara. O primeiro foi idolatrado pela geração dos anos 1960; o segundo, pelos jovens do século 21. Muitos artistas e escultores ilustres da URSS utilizaram Castro como inspiração.
Fidel era bonito e carismático, com traços interessantes e uma incrível energia interior – aspectos que faziam dele uma figura cativante para os artistas em geral. Por isso, diversos retratos de Castro foram produzidos nos governos de Khruschov e Brejnev.
Um dos primeiros russos a visitar Cuba na década de 1960 foi Piotr Ossovsky. Tempos depois, o artista contou como havia feito um esboço de Castro durante o almoço, enquanto o líder cubano conversava com ginastas soviéticos.
Retrato de Fidel por Ivan Akimovic, em 1962 Foto: Klevtsov/RIA Nôvosti
Poesia de Evguêni Ievtuchenko
O poeta Evguêni Ievtuchenko também participou dos primeiros intercâmbios culturais entre a União Soviética e Cuba. Após sua viagem à ilha, durante a qual se encontrou com Castro, Ievtuchenko escreveu o poema em prosa “Eu sou Cuba”.
Em 1964, o poeta o transformou em um roteiro, e Mikhail Kalatozov produziu um filme. O poema conta histórias de cidadãos comuns na véspera da Revolução Cubana.
Cena do filme de Mikhail Kalatozov Foto: RIA Nôvosti
Maia Plissétskaia e ‘Carmen Suite’
A lendária “Carmen Suite” é considerada um dos grandes clássicos do balé e uma das produções mais vívidas da segunda metade do século 20.
Em 1967, a pedido de Plissétskaia, o coreógrafo cubano Alberto Alonso montou um balé para a música de “Carmen”, de Georges Bizet, mas com arranjo do compositor russo Rodion Schedrin.
Na época, a produção foi um escândalo: primeiro, Plissétskaia não seguiu os rígidos preceitos da dança acadêmica; além disso, os censores soviéticos ficaram ultrajados pela sexualidade explícita com que Plissétskaia representou o papel de Carmen.
Plissetskaia como Carmen em apresentação no Bolshoi Foto: Solovjev/RIA Nôvosti
Dança e ginga cubana
Comparado com os programas culturais oficiais soviéticos, os vários conjuntos de dança cubanos que percorreram a URSS pareciam vindos de uma civilização totalmente diferente.
Os músicos cubanos apresentavam melodias sincopadas em suas guitarras e maracas, enquanto bailarinos em trajes extravagantes remexiam seus quadris no palco. O público soviético ficava encantado, e os jovens se sentiam inspirados a fazer aulas de dança cubana em vez de, por exemplo, ginástica.
Grupo de fazendo coletiva durante apresentação "Cuba" Foto: Vladimir Perventsev
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