Propriedade erguida no século 18 se espelha na cidade tcheca de Carlsbad
Lori/Legion-MediaO Palácio Ropsha, uma residência do século 18 nos arredores de São Petersburgo, construída por ordem do então tsar Piotr, o Grande, será alugada para a petrolífera estatal Rosneft por 99 anos.
O contrato, segundo o ministro da Cultura russo, Vladímir Medinski, permitirá à empresa restaurar o palácio, atualmente em estado de abandono, para depois criar acesso aos turistas.
Palácio multiuso
O complexo arquitetônico Ropsha, que compreende um palácio e um parque, foi construído no século 18 para servir de residência da família imperial Romanov.
A propriedade foi erguida por decreto de Piotr, o Grande, e seu projeto se espelha em Carlsbad (cidade tcheca conhecida como Karlovy Vary).
Durante o reinado da imperatriz Elizabeth, o arquiteto italiano Bartolomeo Rastrelli ajudou a levantar um novo palácio de dois andares e um extenso jardim a seu redor.
Depois de Catarina 2ª, a Grande, usurpar seu marido, Piotr 3º, ela o enviou para Ropsha, onde o imperador morreu sob circunstâncias misteriosas.
Após a Revolução de Outubro, o palácio foi nacionalizado e, em 1944, acabou sendo incendiado pelas tropas alemãs em retirada. A propriedade foi restaurada ao fim da guerra e passou a ser usada para fins militares: primeiro foi ocupada pela unidade de verão, e, depois, pelo batalhão de proteção química do Distrito Militar de Leningrado.
Foto do Palácio Ropsha antes de 1917 Foto: Arquivo
Em diferentes períodos, o terreno do Ropsha foi usado para criação de aves, gado, peixes e cultivo agrícola. Nos anos 1960, porém, foi colocado sob a proteção do Estado e, ao final da década seguinte, desativado.
O custo do abandono
Apesar de o complexo Ropsha ter sido incluído na lista de Patrimônio Mundial da Unesco ainda em 1990 e ser um monumento de importância federal, a maioria dos edifícios inseridos na propriedade estão em ruínas.
O palácio foi severamente danificado por vários incêndios no final dos anos 1980 e início dos 90. Além disso, em 2015, cinco colunas no pórtico do palácio colapsaram. Foi então que o Ministério da Cultura russo alocou US$ 240 mil para uma operação urgente para salvar o monumento.
No entanto, segundo os funcionários envolvidos, muitas das peças do Ropsha estão excessivamente destruídas, e algumas, como pontes e estruturas hidráulicas, sem capacidade de recuperação. Isso significa que o custo total da restauração poderá ser superior a US$ 80 milhões.
Restauração de complexo exigirá investimento de US$ 80 mi Foto: Kommersant
Privatização de monumentos
Devido aos custos elevados e às grandes dificuldades para restaurar objetos do patrimônio cultural, nem sempre é possível alocar recursos do orçamento federal para esse tipo de trabalho. Nestes casos, empresas e clientes comerciais são muitas vezes convidados a financiar os projetos.
Por exemplo, o VTB Bank e fábrica de bebidas alcóolicas Gátchina custearam a maior parte da restauração do Palácio Gátchina, também, nos entornos de São Petersburgo, embora o monumento permaneça sendo de propriedade do governo.
Além da opção de leiloar ou alugar objetos do patrimônio cultural, o Estado pode ditar as condições para sua renovação, conforme a lei de privatização de monumentos regionais e federais, em vigor desde 1º de janeiro de 2008.
Existem mais de 100 exemplos de monumentos privatizados com condições para restauração no país, entre eles o recém-inaugurado complexo Nova Holanda, em São Petersburgo, que foi reconstruído com recursos do magnata Roman Abramôvitch.
Com a agência de notícias Tass
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