Cerimônia especial de celebração de Páscoa Foto: RIA Nóvosti
RIA NóvostiNeste domingo (16), os cristãos ortodoxos celebram a Páscoa. Todos os anos, as festividades começam com uma solene missa noturna, seguida de procissão.
Depois da missa, a tradição é quebrar o jejum, organizar um almoço festivo, marcar o fim da Quaresma e o advento do dia mais radiante do ano.
Deve-se lembrar que o jejum, principalmente o rigoroso, é muito estressante para o organismo e, portanto, deve-se sair dele de maneira gradual.
Os médicos não recomendam comer carnes gordas de imediato, nem qualquer combinação de carne e pão.
No primeiro dia, o melhor é ingerir um pouco de cozido de carne com legumes, salada ou ervas e depois, gradualmente, introduzir na dieta produtos lácteos.
Neste ano, feriado é celebrado no dia 16 de abril. Foto: Lori Legion Media
Os pratos tradicionais da Páscoa dos ortodoxos são os ovos pintados, a kulitch, um tipo de panetone pascal, e a paskha, doce feito de ricota e passas. Costuma-se benzê-los durante a missa na igreja.
Apesar de a religião ter sido proibida na União Soviética, também naquela época os ovos eram pintados em quase todos os lares.
Mesmo sem dispensar um significado especialmente religioso, o procedimento não deixava de ser uma celebração da Páscoa.
"Nossa brincadeira favorita na época, por isso não víamos a hora de a Páscoa chegar. Nela, as pessoas formavam duplas, cada uma com um ovo pintado, e batiam uns contra os outros. A pessoa cujo ovo permanecesse intacto, ganhava os rachados. Assim, andando de casa em casa pela vila, era possível ganhar muitos ovos. Não era preciso comer todo o seu ‘prêmio’, a gente distribuía o que restava depois de se satisfazer”, conta a aposentada Natália.
Outras tradições
A tradição da ida ao cemitério no domingo de Páscoa para homenagear parentes falecidos e cuidar dos túmulos também está relacionada auma proibição oficial dos feriados religiosos.
"A tradição de visitar cemitérios na data, deixando ovos de Páscoa e panetone, é paganismo, revivido durante a União Soviética. Quando a verdadeira fé sofre perseguição, sempre surgem superstições. Na Páscoa, deve-se ir à igreja”, diz o padre Aleksandre.
"Costumo comemorar a data com minha família, na casa dos meus sogros. Para eles, não se trata tanto de um feriado religioso, mas de uma festa em família. É uma ocasião para reunir todos os filhos e netos”, diz o programador Serguêi.
Celebração religiosa e familiar para alguns, a Páscoa também é um motivo de diversão para outros.
"Quando muito jovem, todo ano participava da procissão com meus amigos. Para nós, o que interessava não era tanto a própria missa, mas a grande concentração de pessoas. E havia uma boa desculpa para beber – afinal, era Páscoa! Por fim, voltávamos para casa de manhã, mal conseguindo parar em pé. Hoje, não faço mais isso: minha saúde já não é a mesma e não acho essa uma atitude de gente séria”, diz o segurança Serguêi.
A semana da Páscoa tem mais uma particularidade: é a única época do ano quando qualquer um que desejar pode tocar os sinos das igrejas. Para tanto, basta pedir a bênção ao padre.
Como regra, os sacerdotes não negam o pedido a ninguém. Durante toda a semana, após as missas, é possível ouvir um demorado e dissonante ressoar de sinos das igrejas –são os alegres paroquianos, principalmente as crianças, que se regozijam com a ressurreição de Cristo .
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