Ministro da Cultura russo (à esq.) e representantes dos países do Brics, em Moscou Foto: brics2015.ru
Moscou sediou nessa quarta-feira (17) a primeira reunião entre representantes da área da cultura dos Estados-membros do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Ao término do encontro, as autoridades presentes assinaram um acordo de cooperação com o objetivo de ampliar o acesso a cultura entre cidadãos dos países do Brics, estabelecer ligações entre as instituições culturais e aumentar o fluxo turístico.
A reunião contou com a presença do Embaixador do Brasil na Rússia, Antônio José Vallim Guerreiro, do vice-chefe da missão diplomática da Índia na Rússia, Sandeep Arya, e dos ministros da Cultura chinês Luo Shugan, sul-africano Nathi Mthethwa, e russo Vladímir Medínski.
Em entrevista após a reunião, Medínski anunciou a realização de vários projetos russos nos países-membros do Brics ao longo da segunda metade do ano: África do Sul, Brasil e China irão sediar a Semana do Cinema Russo, e haverá exposições russas no Museu de Xangai e no Museu Nacional de Nova Déli. “De setembro a dezembro, o Museu da Cidade, em Pequim, vai abrigar também uma grande exposição sobre a Segunda Guerra Mundial”, acrescentou o ministro russo.
“A nossa cooperação acontece em uma época importante, e o Brics tornou-se uma força de peso na arena internacional”, ressaltou Lo Shugan. “Desde tempos imemoriais que a China adere ao conceito de ‘unir diferentes’, por isso, é com prazer que apoiamos a organização dos mais diversos festivais culturais, tanto bilaterais, como em conjunto com todas as partes do grupo.”
A próxima reunião entre representantes e ministros da Cultura dos países do Brics será realizada na Índia, em 2016.
Brics vs Eurocêntricos
Os ministros e representantes do setor cultural falaram também sobre o projeto Rota da Seda, que vem sendo parcialmente desenvolvido em conjunto entre os ministérios da Cultura da Rússia e da China. Entre outros assuntos, foi dada atenção especial à questão da pouca representatividade dos Brics na lista de patrimônios protegidos pela Unesco.
“Um importante aspecto do nosso trabalho é o de participar da proteção dos bens culturais sob os auspícios da Unesco. Devemos reconsiderar a fraca representatividade dos monumentos culturais, arquitetônicos e paisagísticos dos países-membros do Brics na lista do Patrimônio Mundial da Unesco”, declarou Medínski.
Segundo o ministro russo, isso seria um indicador do eurocentrismo histórico existente nas universidades ocidentais desde o século 19. “Em nossos países existem monumentos não menos grandiosos, e a sua inclusão na lista da Unesco é uma questão de atração turística”, arrematou.
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