Pável Tretiakov (1832-1898)
Foto: RIA Nóvosti
Conhecido comerciante moscovita, Pável Tretiakov exerceu o papel fundamental nas coleções de arte russas. Colecionador de itens que compõem a Galeria Tretiakov, ele explicitou em seu testamento o desejo de manter a integridade de sua coleção após a morte. Graças aisso, a Galeria Tretiakov conseguiu permanecer intacta durante a União Soviética, evitando a distribuição de suas peças entre diferentes museus.
Além da fama que angariou mundo afora, a coleção de pinturas exposta na Galeria Tretiakov permite que os visitantes conheçam todo o trajeto percorrido pela arte russa na história. Seus ícones religiosos, como o original da Trindade, e paisagens realistas de artistas itinerantes como Aleksêi Savrassov, Ivan Chichkin e Iliá Répin, entre outros, são seguidos por obras de vanguarda do início do século 20, como "Quadrado Negro" e outras obras de Kazimir Malevitch.
Serguêi Schiúkin (1854-1936)
Foto: RIA Nóvosti
Colecionar obras de arte foi uma tradição adotada pelos irmãos Schiúkin, quatro comerciantes adeptos do movimento dos velhos crentes da Igreja Ortodoxa. Um deles, Serguêi, apostou no modernismo francês - e acertou em cheio. Habitué das galerias de arte francesas, ele passou a comprar as obras-primas de impressionistas antes mesmo de eles conquistarem fama mundial. No decorrer dos anos, Serguêi passou a ser proprietário dos quadros mais valiosos de Claude Monet, Henri Matisse, Paul Cézanne e Eugène Gauguin, entre outros. De acordo com as estimativas do leilão Sotheby’s, o valor atual de sua coleção, que acabou nas mãos do governo soviético após a imigração de Serguêi Schiúkin à França, chega aos 8,5 bilhões de dólares. Hoje, suas estão distribuídas por diversos museus estatais da Rússia.
Ivan Morozov (1871 – 1921)
Foto: RIA Nóvosti
Herdeiro de uma famosa família de comerciantes, Ivan Morozov passou a infância estudando a arte da pintura com o principal impressionista russo, Konstantin Korovin. Mas, depois de concluir a universidade na Suíça, viu-se obrigado a deixar seu passatempo predileto e se dedicar à administração das fábricas de tecidos da família. A amizade com os pintores moscovitas, porém, conseguiu manter acesa sua paixão pela arte.
Avaliada em 5 bilhões de dólares, a coleção de Ivan Morozov, que inclui a famosa “Menina na Bola”, de Pablo Picasso, “O Café Noturno”, de Vincent Van Gogh, e “Retrato de Jeanne Samary”, de Pierre-Auguste Renoir, entre outras, é uma das mais preciosas da história da humanidade.
Gueórgui Kostáki (1913-1990)
Foto: Kommersant
Soviético de ascendência grega, Gueórgui Kostáki se apaixonou por arte ainda na juventude, quando trabalhava como motorista na embaixada da Grécia e acompanhava seus patrões a lojas de antiguidades.
Ele dedicou o período das décadas de 1930 a 1970 a formar sua coleção privada de obras artísticas com ênfase em pintores do movimento de vanguarda, então desvalorizados e desprezados. Gueórgui foi um dos poucos que reconheceu o talento e radicalismo criativo desses. “A Revolta”, de Kliment Redko, é a principal obra da coleção de Kostáki, que tem o maior número de ícones do país.
Na década de 1970, Kostaki se mudou para a Grécia, levando uma pequena parte de seu patrimônio artístico, posteriormente adquirido pelo governo grego e incorporado ao Museu de Arte Moderna de Tessalônica. Mas a maior parte dos quadros de sua coleção foi deixada na União Soviética e transferida à Galeria Tretiakov.
Ígor Savítski (1915-1984)
Foto: divulgação
Apesar de não ser proprietário de nenhuma obra de arte, Ígor Savítski, maior galerista da história da Rússia, é uma figura muito respeitada entre os colecionadores.
Enquanto ocupou o cargo de diretor do museu etnográfico da cidade de Nukus, na então república soviética do Uzbequistão, entre as décadas de 1960 e 1970, Savítski reuniu dezenas de obras de pintores de vanguarda russos, como Robert Falk, Kliment Redko, Liubov Popova e outros artistas valorizados por especialistas, mas pouco conhecidos pelo público em geral. Em parte, esse fenômeno se deve à permanência dessas obras no Museu de Arte de Ígor Savítski, localizado na pequena cidade uzbeque de Nukus, distante das rotas turísticas tradicionais.
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