Obra mais famosa de Dmítri Vrúbel a idade da Alemanha unificada Foto: Reuters
O artista russo Dmítri Vrúbel (1960-) produziu inúmeras obras, mas seu destino foi decidido pela única que pintou no Muro de Berlim, em 1990: “O beijo de Brejnev e Honecker”, que traz a inscrição “Meus Deus, ajude-me a sobreviver a esse amor fatal”. Mas tudo aconteceu por acaso.
Naquela época, muitas pessoas fizeram pinturas no muro, inclusive artistas de destaque, como o americano Keith Harring. “Uma amiga me mostrou uma imagem da ‘Paris Match’ e imediatamente entendi como deveria ser a pintura. Até hoje me perguntam por que ‘O Beijo’ se tornou um símbolo tão universal e sobreviveu a seu tempo”, diz Vrúbel.
“Em primeiro lugar, ele é sobre o amor misturado ao erotismo. É um beijo forte, com paixão, e entre homens velhos. Isso já é um símbolo daquela época. Em segundo, os personagens são chefes de Estado. Isso não é uma abstração, são pessoas conhecidas no mundo todo. Finalmente, os rostos são muito grandes. O afresco é enorme e isso faz parte de seu efeito”, explica.
Do muro para o cartão
Exibida mundo afora, a pintura se tornou um marco. Mas não foi reconhecida imediatamente. O muro também não era um suporte muito confiável, pois havia planos de destruí-lo por completo. Em 2009, quando a queda completava seu 20º aniversário, foram realizados trabalhos de restauração, e sobraram poucas ruínas.
Atualmente, pedaços do muro são preservados no Museu de Nordbahnhof. Já no museu a céu aberto próximo ao Checkpoint Charlie, estão réplicas do afresco impressas em vinil.
A imagem feita por Vrúbel foi tão replicada que hoje pode-se encontrar cópias em quase todas as lojas de suvenires em Berlim, onde o artista mora há cinco anos. Aliás, quando ele entrega seu cartão de visitas com a imagem da obra, todos sorriem. “‘O Beijo’ provoca emoções positivas”, diz.
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