Os artistas expostos na “eCONSCIÊNCIA” abordam questões relativas à responsabilidade social e ambiental Foto: Science Art Fest
De 18 a 22 de setembro, a exposição “eCONSCIÊNCIA” vai mostrar os últimos projetos de pesquisa em arte científica que exploram a interseção entre a ciência e o meio ambiente. A exibição será realizada paralelamente aos eventos da 5ª Bienal de Arte Contemporânea de Moscou.
Os artistas expostos na “eCONSCIÊNCIA” abordam questões relativas à responsabilidade social e ambiental, expondo toda uma variedade de temas relacionados ao meio ambiente ‒ desde a interação entre os seres vivos e suas comunidades, até a interação deles com o meio ambiente.
“Talvez as artes biológicas sejam a única direção a definir a tendência básica do desenvolvimento da arte moderna no próximo século”, diz o curador da exposição, Semion Ierókhin.
Criada pela artista em 2007 pela portuguesa Marta de Menezes, “Decon” é uma reprodução da obra de Piet Mondrian e uma imagem viva que se autodestruiu durante a exposição. A imagem foi feita com materiais e técnicas da biotecnologia: uma substância bacteriana vegetal foi acrescentada a certos pigmentos e cores do meio ambiente na cor desejada. Depois, a tinta foi destruída pela mesma bactéria, a Pseudomonas putida.
Já “Barata controla um robô móvel”, do norte-americano Garnet Hertz, é composta por uma série de experimentações artísticas que apresentam uma grande barata de Madagascar dirigindo um veículo motorizado por meio de um dispositivo feito a partir de uma bola de pingue-pongue. Colocada em cima da bola, a barata a gira com as patas e move o veículo.
“Ainda que num sentido clássico entendamos a ecologia como a relação e a interação entre as diferentes espécies e seus habitats, para muitos dos trabalhos expostos o termo bioarte ambiental seria mais apropriado, quando para a criação de obras artísticas e científicas os artistas usam a biotecnologia, baseando-se em descobertas inovadoras da genética, genômica, proteômica e outras áreas avançadas da biologia”, explica Ierókhin.
A exposição será aberta no dia 18 de setembro, quando será realizada a “Os aspectos estéticos e éticos das tecnologias de biologia sintética na arte contemporânea”. Entre os artistas estrangeiros esperados estão James Auger e Jimmy Loizeau do Reino Unido, além de Juan Castro, do Japão.
A obra de Auger e Loizeau “Robôs carnívoros de entretenimento doméstico” contém dispositivos que combinam as funções de desinfestação com a função de fonte alternativa de eletricidade.
À primeira vista trata-se de uma luminária comum. Essa, porém, abriga uma isca ultravioleta e uma célula de combustível microbiana, na qual uma colônia de bactérias decompõe os restos de insetos que voam para a luz e os usa para gerar eletricidade, de forma que a lâmpada continue trabalhando.
Ainda no dia 18, o artista e biólogo japonês Juan Castro, realizará uma master class intitulada “Sobre colesterol, neurônios e o surgimento de células artificiais”. Nascido em Bogotá, na Colômbia, Castro atualmente vive e trabalha em Tóquio, onde, em 2008, fundou a associação "Geometrias biodinâmicas" especializada em estudos científicos e artísticos experimentais sobre a vida orgânica.
A instalação que traz desta vez a Moscou chama-se “Gordura entre dois mundos”. “Como materiais, as gorduras nos oferecem uma nova compreensão sobre a matéria orgânica”, explica Castro.
“Podemos usar os seus princípios e criar novas formas de arquitetura e design com base na automontagem e interações moleculares”.
Castro acredita que um evento tão internacional seja importante por várias razões. “Essa exposição pretende cobrir um campo interdisciplinar relativamente novo que ainda não foi coerentemente descrito e analisado”.
Para as crianças, haverá um programa especial organizado pelo mestrando em design, Nikolai Selivanov e voltado ao desenvolvimento do pensamento criativo sobre problemas ecológicos.
A exposição contará com o “Nasekosm”, um quebra-cabeça criado por crianças entre 6 e 8 anos, “O peixe que viveu entre as pessoas”, trabalho coletivo de crianças de 8 a 11 anos, e “Pele”, projeto de autoria de crianças entre 10 e 12 anos.
Não haverá, porém, russos em exposição. Segundo Ierókhin, isso acontece porque o país está muito atrás da tendência mundial na formação de uma plataforma transdisciplinar de arte científica.
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