Com a transferência de recursos humanos, a população da Sibéria aumentou 30% Foto: ITAR-TASS
De acordo com registros históricos, já no século 15, os 12,5 mil quilômetros quadrados da Sibéria eram habitados por inúmeras etnias indígenas, entre as quais os iakuts, buriatas, tuvinos e outros, permanecendo, contudo, inóspita para os russos durante muito tempo.
O inverno na Sibéria dura quase seis meses, o verão é quente e curto, enquanto o outono e a primavera quase não se fazem sentir. Nem todas as pessoas gostariam de viver em tais condições, embora a Sibéria seja uma das regiões mais promissoras da Rússia. Cerca de 60% do petróleo russo são extraídos nessa região, que possui toda a infraestrutura necessária a uma vida confortável.
Em 1941, quando a Grande Guerra Patriótica (como a Segunda Guerra Mundial é conhecida na Rússia) começou, a Sibéria, até então vista como terra de trabalhos forçados, virou centro de apoio logístico do Exército Soviético. Milhares de pessoas da região trabalharam em fábricas e empresas agrícolas, criando a produção e tecnologias necessárias, de fósforos a equipamento militar, para conquistar a vitória.
Um ano antes, antes de a Alemanha invadir a Polônia, a liderança soviética não tinha dúvidas de que a guerra entre a URSS e a Alemanha nazista iria acontecer. Naquele mesmo ano, o governo soviético mandou levar parte da população civil, mulheres, crianças e idosos para a Sibéria Ocidental. As maiores empresas, especialmente da indústria armamentista, e as principais forças produtivas também foram transferidas às regiões centrais do país para a Sibéria. No total, mais de 1 milhão de pessoas foram enviadas para a Sibéria pela conhecida ferrovia Transiberiana.
Antes da guerra, de acordo com o censo de 1939, a população da Sibéria era pouco mais de 10 milhões de habitantes (um décimo da população do país). Com a transferência de recursos humanos, a população da região cresceu 30%.
Em 22 de junho de 1941, a terrível notícia do início da Grande Guerra Patriótica chegou à Sibéria. Naquele mesmo dia, em grandes cidades siberianas, houve manifestações em apoio do Exército Soviético. Muitos homens que trabalhavam nas fábricas da Sibéria foram mobilizados para a guerra. Suas funções nas fábricas foram assumidas por mulheres e até mesmo crianças. Todo o país, inclusive a Sibéria, trabalhou com dedicação sob o lema “Tudo para a frente, tudo para a vitória”.
Nos primeiros meses de guerra, foi iniciada uma campanha de coleta de agasalhos para os soldados do Exército Vermelho, mas a população civil entregava até artigos de ouro e joias para ajudar o país. Em pouco tempo, A Sibéria ganhou 150 fábricas e cerca de 1.500 empresas industriais foram transferidas para a região de outros lugares do país. Esse foi o caso da Váleri Chkalov, de Novosibirsk, que era especializada na construção de caças I-16, Iak-3 e Iak-7. Ao todo, essa indústria entregou cerca de 15 mil aeronaves ao Exército Soviético.
O setor agrícola da Sibéria também se distinguiu por vários recordes. Em 1942, as áreas onde eram semeados grãos aumentaram em 64% em relação a 1940. Na região, foram organizados cursos de enfermeiras e outros profissionais de saúde que, depois de concluir o curso, iam para a guerra. Tudo isso tinha como pano de fundo duras condições meteorológicas. Mesmo assim, os siberianos não tinham medo de fome nem de frio, enviando toda a roupa e alimentos produzidos na região ao Exército Vermelho e sacrificando suas próprias necessidades.
O trabalho intenso dos trabalhadores siberianos teve grande importância para a vitória da União Soviética durante todo o conflito. Cerca de 700 mil pessoas que trabalharam na Sibéria durante a Grande Guerra Patriótica foram condecoradas com a medalha “Pelo trabalho abnegado durante a Grande Guerra Patriótica”.
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