Foto: RIA Novosti / Grigory Sysoyev
Os locais de queda
de meteoritos tornaram-se, há muito tempo, alvo de corrida em busca
de fragmentos. O meteorito que passou sobre a região de Tcheliábinsk
caiu em um reservatório a 1 km da cidade de Tchebarkul. Um meteorito caiu na véspera da batalha de Borodinó, em 1812. A queda ocorreu a 150 km de Moscou, nas instalações da artilharia russa. O meteorito foi mantido por um longo tempo na família do comandante A.I. Ditrikhs, e só foi entregue pelos seus descendentes para a Academia de Ciências da Rússia depois de 80 anos da queda.
No
entanto, alguns
lugares onde já ocorreram quedas de meteoritos na Rússia ainda não
foram determinados com precisão, e a humanidade nem suspeita da
existência de muitos deles.
Todos os anos, milhares de
corpos celestes chegam à superfície da terra. Os
caçadores de meteoritos vasculham a taiga siberiana em busca dos
muitos fragmentos celestiais. No entanto, não só a Sibéria deve
ser digna de atenção nessa empreitada.
Até em Borodinó
A
Gazeta Russa fez uma seleção dos casos de queda de meteoritos mais
famosos na Rússia, cujas coordenadas geográficas são conhecidas
por qualquer pessoa que queira encontrar um pedacinho do céu.
Região
de Primorski
Chuva de meteoritos de
ferro de Sikhote-Alin
O meteorito Sikhote-Alin caiu perto da então aldeia de Beitsukhe (atual vilarejo de Meteoritnoe), no Extremo Oriente russo, em 12 de fevereiro de 1947. Ele se desintegrou na atmosfera e caiu em forma de chuva de ferro sobre uma área de 35 quilômetros quadrados. Ali foram encontradas 160 crateras com diâmetro de 1 a 28 metros. A profundidade da maior cratera chega a 6 metros, e o meteorito em si foi classificado como um dos dez maiores do mundo. Nem todos os seus fragmentos foram achados e muitos deles ainda estão espalhados por troncos de árvores. Por isso, é necessário usar até mesmo um detector de metais. No mesmo território de Primorski, encontra-se a Cratera Sobolev, formada há cerca de mil anos. Seu diâmetro é de 53 metros.
República
de Tuva
Meteorito de Chinga
Os
primeiros fragmentos do meteorito de Chinga foram encontrados no rio
Argolik-Chinga, afluente do rio Ienisei, em 1912. No trecho superior
do rio foram descobertas jazidas de ouro, atraindo garimpeiros
durante a “corrida do ouro” em Tuva, no início do século 20. Os
fragmentos maciços de metal (liga natural de ferro, níquel e
tenita) foram analisados, comprovando sua origem cósmica. Uma das
jazidas do riacho Chinga foi chamada de Meteoritni, e as descobertas
de meteoritos no rio continuam até hoje.
Os intrumentos básicos usados para medição de campo magnético são os magnitômetros e os gradiômetros. Durante a procura de meteoritos, são muito mais efetivos do que os detectores de metal, com maior profundidade de penetração e largura de operação. Graças à tecnologia moderna, foram encontrados 20 meteoritos na Antártica em apenas quatro horas. Para muitos caçadores de meteoritos, sua procura representa algo além de um hobby. Existem casos em que os “caçadores” ganharam mais de 1 milhão de euros com a venda de meteoritos. Isso porque o preço de um fragmento pode variar de 300 a milhares de euros. Na Rússia, o órgão responsável pela avaliação e pagamento de recompensas por meteoritos é a Academia de Ciências da Rússia. Caçadores de meteoritos
Região
de Ástrakhan
Meteorito Tsarev
A queda do meteorito Tsarev, cujo peso era de 1225 kg, foi observada em 1922, mas ele só foi encontrado em 1968, durante o cultivo na fazenda Leninskij. O primeiro aviso sobre o achado foi recebido somente 11 anos depois, por um soldador chamado Boris Nikiforov.
Atualmente foram encontrados cerca de oitenta fragmentos do meteorito Tsarev. Alguns deles estão guardados em coleções particulares, mas, a maior parte encontra-se na Academia de Ciências da Rússia, em Moscou. Os pesos variam entre 50 gramas e 283 kg. O meteorito Tsarev tornou-se o terceiro maior em tamanho e peso de toda a história da humanidade. A procura por seus fragmentos persiste até os dias de hoje.
República
do Tatarstão
Chuva de meteorito de
Kainsaz
No Tatarstão fica a maior cratera deixada por um meteorito na Rússia: Cratera Karla. Tem diâmetro de 10 km e idade estimada em 5 milhões de anos. A cratera está localizada a oeste da cidade de Buinsk, na fronteira com a República de Tchuváchia. No total foram encontrados 4 meteoritos. O maior deles, Kainsaz, caiu em 13 de setembro de 1937, na área de Musliumovski. Esse fenômeno único foi observado por moradores locais. O peso total do meteorito, que explodiu ao cair, chegava a 210 kg. Os caçadores de meteoritos iniciaram a peregrinação maciça para a aldeia de Kainsaz somente no final do século passado, portanto, ainda dá tempo de encontrar algum fragmento grande no local.
Tcheliábinsk
Chuva de meteoros Kunachak
Recentemente, Tcheliábinsk presenciou mais uma chuva de meteoritos em sua história, já que em 11 de julho de 1949, um fenômeno semelhante uma área de 194 km² nessa região. Foram encontrados somente vinte fragmentos, com peso total de quase 200 quilos. O meteorito Kunachakski é relativamente jovem: somente 720 milhões de anos de idade. Ao contrário de outros casos de queda de objetos do espaço, não foram encontradas crostas de fusão nos fragmentos da chuva de meteoritos. Segundo os cientistas, isso pode ser explicado pela alta densidade do elemento sólido do próprio meteorito.
Região
de Krasnoiarski
Meteorito de
Tunguska
Os restos do meteorito Tunguska nunca foram encontrados, e a sua origem é um dos grandes mistérios na comunidade científica. Em 1908, uma bola de fogo passou voando sobre o território da bacia do rio Ienissei. O voo terminou em uma explosão a uma altura de 7 a 10 km sobre a área desabitada da taiga. A onda causada pela explosão foi gravada por observatórios em todo o mundo, e derrubou árvores em mais de 2000 km². Além disso, vidros ficaram quebrados em um raio de centenas de quilômetros do epicentro da explosão. Durante alguns dias observou-se um nuvens brilhantes numa área compreendida entre o Atlântico e a Sibéria central. Até agora existem muitas versões sobre a origem deste corpo celeste, desde efeitos das experiências de Nicola Tesla até cometas. O governo de Krasnoiarski abriu trilhas para turistas chegarem ao local onde o meteorito de Tungus teria caído.
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