Esquema de doping na Sôtchi-2014 pode gerar prejuízos para além das Olimpíadas
APO Comitê Olímpico Internacional (COI) vai considerar opções jurídicas para impor uma proibição coletiva de todos os atletas russos para os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, informou o COI em um comunicado divulgado nesta terça-feira (19).
“Ele [COI] irá explorar as opções jurídicas no que diz respeito a uma proibição coletiva de todos os atletas russos para os Jogos Olímpicos de 2016 versus o direito à justiça individual. A este respeito, o COI terá que levar em conta a decisão da CAS [Corte Arbitral do Esporte], em 21 de julho, referente às regras da Iaaf, bem como o Código Mundial Antidoping e a Carta olímpica”, lê-se no comunicado.
As declarações vêm na esteira de um polêmico relatório divulgado na segunda-feira (18) que acusa a Rússia de manter um esquema de doping e manipulação de testes de atletas nacionais durante os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, em Sôchi.
“O COI iniciará a reanálise, incluindo a análise forense, e uma investigação completa em todos os atletas russos que participaram dos Jogos Olímpicos de Inverno em Sôtchi e seus treinadores, funcionários e pessoal de apoio. Após finalização deste relatório, o corpo executivo do COI irá impor todas as sanções adequadas”, diz o comunicado.
O relatório da comissão independente da Wada (Agência Mundial Antidoping) alega ainda haver evidências de que o Ministério dos Esportes e o Serviço Federal de Segurança da Rússia deram suporte ao programa de doping. Em virtude disso, COI anunciou que também negará o credenciamento para os Jogos no Rio de todos os agentes russos mencionados no documento, incluindo o ministro dos Esportes Vitáli Mutko.
Mais cedo, o presidente russo, Vladímir Pútin, prometeu que as autoridades russas indicadas no relatório da comissão independente da Wada seriam temporariamente suspensas de suas funções até que a investigação avance.
“Mas antes de tomar uma decisão final sobre os oficias, estamos pedindo a Wada que forneça informações mais detalhadas e objetivas com base em fatos para que os agentes da lei e os órgãos de investigação russos possam usar em seus trabalhos”, disse, em nota, nesta terça.
A Asoif (Associação das Federações Internacionais de Esportes Olímpicos) se posicionou, também nesta terça, contra a proibição de toda a equipe olímpica russa nos Jogos de Verão de 2016, em agosto. “É importante que se concentre na justiça individual em todos esses casos”, lê-se em um comunicado da associação.
Paralimpíadas também em jogo
A divulgação do relatório da comissão independente da Wada também poderá prejudicar seleção paraolímpica da Rússia, que deve ser submetida a certas sanções ou mesmo impedida de participar dos Jogos Paralímpicos de 2016 no Brasil.
“Estamos verdadeiramente chocados, e profundamente tristes com a extensão do programa de doping patrocinado pelo Estado antes de Sôtchi-2014”, disse o presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), Philip Craven, citado em um comunicado.
“O conselho [do IPC] irá discutir as conclusões do relatório [da Wada] e decidir que ação relevante será tomada para proteger os atletas ‘limpos’ competindo nas provas paraolímpica (...) Isso pode incluir medidas provisionais e sanções relativas aos Jogos Paraolímpicos no Rio”, acrescentou Craven.
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