Ministério nega onda de deserção por ‘medo de envio à Ucrânia’

Segundo autoridades de Moscou, soldados estariam “voluntariamente lutando na Ucrânia” Foto: RIA Nôvosti

Segundo autoridades de Moscou, soldados estariam “voluntariamente lutando na Ucrânia” Foto: RIA Nôvosti

Quatro soldados de uma base no sul da Rússia são investigados por abandono de posto. Autoridades negaram relatos de que um grande número de soldados russos estaria supostamente fugindo da base para evitar que fossem enviados ao conflito na Ucrânia.

A assessoria de imprensa do distrito militar do Sul, que integra o Ministério da Defesa, anunciou que quatro homens acusados de fugir da base na região de Rostov, perto da fronteira com a Ucrânia, estão sendo investigados por deserção. Os suspeitos seriam Anatóli Kudrin, Ivan Chevkunov, Pável Tintchenko e Aleksandr Ienenko.

O órgão também negou os boatos de que Moscou estaria recrutando soldados para lutar ao lado de separatistas pró-Kremlin.

Segundo informações do site de notícias Gazeta.ru, os quatro soldados citados pelo ministério estão entre os “diversos militares contratados que supostamente fugiram da base para evitar que fossem enviados para a Ucrânia oriental”, onde separatistas estão combatendo as forças do governo de Kiev.

Kudrin, um dos procurados, já foi condenado por se ausentar do Exército sem licença e passou seis meses em uma colônia penal. Na nova investigação, o soldado está sendo acusado de deserção e poderá pegar até 10 anos de prisão.

“As pessoas vinham para a base incitando [militares] para ir à Ucrânia”, disse Kudrin, citado pelo Gazeta.ru. “Ficar na base era insuportável; além disso, tinha medo de ser enviado à força para Donbass.”

Segundo ele, os supostos recrutadores prometiam aos soldados 8.000 rublos (ou US$ 142) para cada dia em que lutassem no país vizinho.

As autoridades de Defesa da Rússia garantem que soldados russos eventualmente capturados pelas forças ucranianas teriam deixado o Exército russo e estariam “voluntariamente” lutando na Ucrânia.

Do outro lado

De acordo com informações divulgadas pela agência de notícias Sputnik, um grupo de soldados do Exército ucraniano gravou uma mensagem de vídeo para o presidente Petrô Porochenko afirmando que não aceitarão mais ordens de Kiev.

Segundo representantes do 2º Batalhão da 17ª brigada de tanques, não houve rotação entre soldados durante o último ano, alguns uniformes foram custeados do próprio bolso e até o comandante deixou o seu posto, alegando “indisposição” para atuar em missões.

“Não nos importamos com o comando da mesma maneira que eles não se importam conosco. Todas as ordens serão ignoradas e não entregaremos nossas armas”, diz um dos soldados no vídeo.

Dados diversos revelam que quase 30% dos soldados ucranianos convocados na primeira série de mobilizações acabaram abandonando o exército.

 

Com material da agência de notícias Sputnik, e dos veículos The Moscow Times e Gazeta.ru

 

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