Cratera gigante na Sibéria se transforma gradualmente em lago

No ano passado, três expedições foram enviadas à cratera Foto: Departamento de Assuntos Internos do distrito autônomo Iamalo-Nenetski

No ano passado, três expedições foram enviadas à cratera Foto: Departamento de Assuntos Internos do distrito autônomo Iamalo-Nenetski

Descoberto em 2014, buraco misterioso na península de Iamal, no extremo norte da Rússia, já acumulou quase 10 metros de altura de água.

Uma cratera gigante na península de Iamal, descoberta em meados de 2014, começou a se transformar em um lago, segundo os cientistas de uma expedição científica da Academia Russa de Ciências (ARC) que terminou na semana passada. Desde dezembro do ano passado, a cratera acumulou quase 10 metros de altura de água.

Os cientistas já haviam apontado que o misterioso buraco poderia se transformar em lago dentro de alguns anos. Em entrevista à Gazeta Russa, o chefe da expedição, Vassíli Bogoiavlenski, afirmou que fenômenos podem ter dado origem a alguns mares árticos.

Segundo os pesquisadores, a maioria dos lagos com forma arredondada da tundra na península de Iamal tem origem termo-gasosa. Esse processo ocorreria em áreas onde há permafrost (tipo de solo constituído por terra, gelo e rochas permanentemente congelados) e gelos subterrâneos.

Com o aquecimento global, vão se formando nessas regiões morros que chegam a atingir um diâmetro de até dois quilômetros e dezenas de metros de altura. “Eles parecem muito exóticos no meio das planícies da tundra. Gradualmente, esses morros, sob a ação das altas temperaturas, são destruídos e se formam crateras”, explicou Bogoiavlenski.

“No entanto, um ano atrás, devido à formação de crateras em Iamal, nós descobrimos que eles podem também explodir”, acrescentou.

No ano passado, três expedições foram enviadas à cratera, e  todas avançaram com diferentes versões sobre a origem do fenômeno. A primeira hipótese foi levantada pelos cientistas do Instituto Trofimuk de Geologia do Petróleo e Geofísica (INGG, na sigla russa) da ARC.

Segundo eles, a área onde se encontra a cratera fica localizada na junção de duas grandes falhas geológicas que atravessam a península. O espaço entre essas falhas foi aquecido pelo calor vindo do núcleo da Terra e, somado a altas temperaturas no verão, teria sido liberado hidrato de gás que existe não só nas camadas mais profundas da península, como também na superfície.

 

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