Subsidiária da Rosatom fornecerá ao Brasil isótopo usado em diagnóstico de câncer

Mais de 20% das 100 maiores corporações mundiais usam tecnologia de radiação em processos tecnológicos e de produção Foto: Aleksandr Riúmin/TASS

Mais de 20% das 100 maiores corporações mundiais usam tecnologia de radiação em processos tecnológicos e de produção Foto: Aleksandr Riúmin/TASS

Contrato recém-assinado prevê fornecimento de Mo-99, essencial em procedimentos para detecção de doenças graves. Acordo é considerado pelos especialistas como um dos maiores contratos de fornecimento de isótopos russos no mercado internacional.

A empresa Isotop, subsidiária da estatal russa Rosatom, e a Comissão Nacional de Energia Nuclear do Brasil (CNEN) assinaram um contrato de fornecimento de molibdênio-99, o principal isótopo radioativo usado em procedimentos para detecção de câncer e doenças cardiovasculares em estágio inicial.

“A medicina nuclear é um dos setores inovadores de precisão que mais rapidamente cresce na economia mundial e pode vir a se tornar o motor de desenvolvimento da indústria de inovação”, diz o diretor-geral da Rosatom, Serguêi Kirienko. Com a ajuda do isótopo Mo-99 são realizados anualmente até 30 milhões de procedimentos médicos em todo o mundo.

O acordo, que foi precedido por fornecimentos-teste do isótopo, é considerado pelos especialistas como um dos maiores contratos de fornecimento de isótopos russos no mercado internacional. A expectativa é que, futuramente, as partes assinem um contrato de cinco anos para o fornecimento não apenas de Mo-99, mas de outros isótopos.

A Rússia já fornece isótopos médicos para mais de 100 empresas espalhadas em 30 países, incluindo Argentina, EUA, Reino Unido, Austrália, China e África do Sul.

Impulso nuclear

Os especialistas da Isotop preveem um salto significativo no desenvolvimento da medicina nuclear já no futuro próximo. Segundo eles, o mercado mundial de medicina nuclear crescerá 5,5 vezes – de US$ 12 bilhões para US$ 68 bilhões – até 2030.

Foto: Rosatom

Os principais avanços da medicina nuclear na Rússia foram obtidos ainda na época soviética. Atualmente, o desenvolvimento da medicina nuclear está sob a jurisdição da corporação estatal Rosatom, que produz isótopos para fins médicos, sobretudo para detectar doença mortais em fases iniciais, e para métodos terapêuticos no tratamento do câncer.

“Hoje existem na Rússia mais de 100 centros de medicina nuclear com diagnóstico de radionuclídeos onde se realizam testes in vivo [administração da substância diretamente no paciente], mais de 200 laboratórios para análise radioimunológica de amostras de sangue e serviço especializado de terapia radionuclídea”, diz a especialista do Centro de Segurança Energética e Ambiental, Svetlana Alistikova.

Radiação em outras áreas

Mais de 20% das 100 maiores corporações mundiais usam tecnologia de radiação em processos tecnológicos e de produção. As aplicações mais comuns são voltadas para segurança de transporte (criar sistemas de controle de passageiros e bagagem), indústria automobilística (melhorar a durabilidade dos pneus e da cor do carro) e indústria alimentar e cosmética (desinfecção e aumento da vida útil dos produtos).

A radiação de isótopos em produtos agrícolas, por exemplo, aumenta significativamente a safra e protege-a da destruição. Os alimentos de origem vegetal, como cereais, especiarias, ervas secas, batatas e outros tubérculos, geralmente passam por esse processo.

O Uruguai já obteve resultados positivos por meio da radiação de isótopos em batatas. De acordo com especialistas locais, a instalação de uma unidade para tratamento de alimentos vegetais é rentável a produção supere 25.000 toneladas de batatas e 5.000 toneladas de alho por ano. Na Itália uma unidade industrial semelhante voltada a batatas e cebolas está em operação há alguns anos.

 

Confira outros destaques da Gazeta Russa na nossa página no Facebook

Todos os direitos reservados por Rossiyskaya Gazeta.

Este site utiliza cookies. Clique aqui para saber mais.

Aceitar cookies