Cigarros falsificados invadem mercado em resposta a lei antitabagismo

Apesar das novas restrições, o número de fumantes não sofreu uma queda expressiva. Foto: Aleksêi Malgavko/RIA Nóvosti

Apesar das novas restrições, o número de fumantes não sofreu uma queda expressiva. Foto: Aleksêi Malgavko/RIA Nóvosti

Volume de produtos não registrados no país cresceu 60% após restrições à venda de tabaco. Apesar de medidas, número de fumantes não sofreu queda expressiva.

De acordo com um estudo do grupo de pesquisa de mercado TNS, o volume de cigarros falsificados no país cresceu 60% após a introdução, em junho de 2014, de uma lei que proíbe a exposição de cigarros em lojas. Nesse mesmo período, a quantidade de produtos contrabandeados de vizinhos aumentou 25%.

“Essa proibição acabou jogando contra os interesses do Estado e dos consumidores”, aponta o vice-presidente da Japan Tobacco International, Serguêi Kisseliov. “Como resultado, apenas no ano passado, o orçamento federal perdeu mais de US$ 365 milhões”, diz Kisseliov. “Até o final do ano, a perda será de quase US$ 610 milhões.”

O aumento de impostos especiais por consumo, que variam entre 14% e 43% sobre o custo do maço de cigarros, foi outro motivo que impulsionaram as vendas ilegais.

Para o analista da holding de investimentos Finam, Timur Nigmatúllin, a queda de poder aquisitivo da população justifica o aumento da falsificação.

Em 2014 também foram registrados os primeiros casos de fornecimento da China. “Antes, os chineses contrabandeavam esse produto só para a Europa ocidental, onde os preços eram mais altos, mas, após o aumento do imposto de consumo, a Rússia também se tornou um destino interessante para os fabricantes ilegais”, diz Kisseliov.

Ainda segundo os dados do TNS, nos últimos cinco anos, o volume de cigarros falsificados na Rússia aumentou 14 vezes, de 0,1% para 1,4%.

Quantidade de fumantes se mantém

Apesar das novas restrições, o número de fumantes não sofreu uma queda expressiva.

Um estudo do Centro de Estudo de Opinião Pública da Rússia (VTsIOM), mostra que, depois de proibição de expor cigarros em lojas entrar em vigor, apenas 1% dos russos deixou de fumar.

“Ao contrário de países onde já era proibido exibir cigarros nas lojas, a introdução dessa lei não teve efeito significativo sobre o consumo de tabaco [na Rússia]”, diz Kisseliov. 

No ano passado, o governo também proibiu o fumo em ambientes públicos.

Segundo o porta-voz do Serviço de Restauração e Hotelaria da Rússia, apenas no primeiro mês após a proibição, o volume de negócios dos restaurantes no país caiu cerca de 25%. 

 

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